SOCIOLOGIA PARA O ENEM E ENSINO MÉDIO
SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA
Sociologia é, grosso modo, a ciência que estuda a sociedade. Com o auxílio da economia, da ciência política, da antropologia e da psicologia, a sociologia busca compreender, de maneira estritamente científica, como os agrupamentos sociais humanos desenvolveram-se e como é possível intervir nesse desenvolvimento, é a ciência que tem como objeto de estudo a sociedade, sua organização social e os processos que interligam os indivíduos em grupos, instituições e associações a fim de manter ou alterar as relações de poder nela existentes.
A sociologia se ocupa basicamente de cinco elementos: a estrutura social, os grupos sociais, a família, as classes sociais e os papéis que o indivíduo ocupa em sociedade.
A sociologia tenta explicar a vida social, nasceu de uma mudança radical da sociedade, resultando no surgimento do capitalismo. O século XVIII foi marcado por transformações, fazendo o homem analisar a sociedade, um novo “objeto” de estudo.
Sociologia é um estudo da sociedade, padrões de relações sociais, interação social e cultura da vida cotidiana. É uma ciência social que utiliza vários métodos de investigação empírica e análise crítica para desenvolver um corpo de conhecimento sobre ordem social, aceitação e mudança ou evolução social.
Com relação ao contexto histórico do surgimento da sociologia a Revolução Francesa bem como a Revolução Industrial consolidaram o regime capitalista que se desenvolveu na Europa a partir do século XIV, e com o fim do sistema feudal, a mão de obra camponesa migrou para o ambiente de trabalho industrial.
Durkheim, propõe que a vida social pode ser analisada tão rigorosamente como os objetos ou os eventos na natureza, porque os fatos sociais ocorrem à margem das percepções individuais dos membros da sociedade.
Segundo o pensamento de Karl Marx a respeito do capitalismo, a expulsão dos camponeses das terras feudais na Inglaterra liberou a mão de obra para trabalhar no sistema fabril, a ordem burguesa seria deposta pelos proletários, à semelhança da deposição da ordem feudal pela burguesia.
Com base no pensamento sociológico de Max Weber, entre as preocupações destaca-se a relativa aos efeitos desumanizantes da burocracia na sociedade moderna e segundo esse teórico, as motivações e as ideias humanas são as forças propulsoras das mudanças sociais. Para Max Weber, nas sociedades modernas, existem diferentes tipos de desigualdades sociais, e não apenas as socioeconômicas.
Durante o processo de socialização, as crianças vivenciam os papéis sociais, isto é, as expectativas socialmente definidas que as pessoas seguem em determinada posição social.
No mundo do trabalho observamos que a produção flexível permite abastecer um mercado consumidor que procura mercadorias não padronizadas.
Análise sociológica das religiões
De acordo com o pensamento sociológico, a magia, diferentemente da religião, carece de um cerimonial coletivo, sendo frequentemente praticada por indivíduos isolados.
Globalização e à história do sindicalismo no Brasil
Define-se globalização, em linhas gerais, como o processo e o resultado de transformações econômicas, tecnológicas, sociais e culturais que abrangem todo o planeta, formando uma sociedade em rede. No período caracterizado pelo mercantilismo, grandes cidades da América Latina exerceram importante papel na economia e na organização política mundial, situação análoga à da globalização atual. As lutas sindicais no Brasil, na primeira metade do século XX, foram fortemente influenciadas pelos anarquistas e comunistas de origem europeia.
Movimentos sociais, identidade cultural e pós-modernidade
Os movimentos sociais nos anos 80 do século passado, no Brasil, dividiam-se em dois tipos: os que reivindicavam melhorias na infraestrutura urbana e os que questionavam as políticas de Estado.
A pós-modernidade é caracterizada pela multiplicidade de agendas e atores sociais: a globalização, os regionalismos, o futurismo, a mercantilização da cultura demandam novos estudos a respeito da representação das identidades em tempos atuais. As condições de vida e o desrespeito aos direitos da cidadania geraram, já na década de 60 do século XX, manifestações e associações de trabalhadores no meio rural brasileiro.
Aspectos ambientais, culturais, econômicos, políticos e sociais da região amazônica
A organização social dos assentados e as garantias institucionais dadas pelo Estado são condições fundamentais para o sucesso dos assentamentos nessa região.
Aproximadamente 50% dos lotes concedidos em razão da reforma agrária em terras da região amazônica já foram comercializados, o que se deve, em parte, ao fato de vários dos assentados não possuírem o perfil do público-alvo da reforma agrária.
Louis Althusser, herdeiro intelectual de Karl Marx, elaborou crítica radical aos sistemas de ensino, denunciando o seu caráter de classe e de aparelho ideológico do Estado.
Segundo Émile Durkheim, a educação constitui elemento integrador da sociedade, sendo pais e professores agentes sociais responsáveis pela inculcação de valores sociais nos educandos.
A obrigação constitui uma das primeiras características das regras morais. Essas regras estão investidas de uma autoridade especial em virtude da qual são obedecidas porque elas ordenam.
A obrigação ou o dever expressa o aspecto abstrato da moral. Uma certa desejabilidade é outra de suas características. A moral, de acordo com Durkheim, começa na união para se formar um grupo. Nesse sentido, a sociedade é entendida tanto como uma coisa boa pelo indivíduo como uma autoridade moral.
A discussão entre as diferentes escolas de pensamento, na verdade, refere-se apenas à questão de saber quão profundas e essenciais para a formação do indivíduo são as pressões e influências do mundo externo sobre a sociedade e sobre ele.
Norbert Elias argumenta que é na psique humana, na sua maleabilidade especial, sua tendência a agrupar-se, que reside a razão por que não é possível tomar indivíduos isolados como ponto de partida para entender a estrutura de seus relacionamentos mútuos, a estrutura da sociedade. Ao contrário, é a estrutura das relações entre indivíduos que vai explicar a psique da pessoa singular.
De acordo com a tendência pedagógica liberal tradicional, os conteúdos de ensino devem corresponder a conhecimentos socialmente acumulados e a valores socialmente estabelecidos. Consoante a tendência pedagógica marxista, para que ocorra a formação integral do ser humano, os conteúdos educacionais devem propiciar a educação mental, física e tecnológica.
Casa Grande e Senzala, obra principal de Gilberto Freyre, recebe inúmeras críticas pelo tratamento não conflituoso das relações inter-raciais na sociedade nordestina.
Ação social (incluindo tolerância ou omissão) orienta-se pelas ações de outros, que podem ser passadas, presentes ou esperadas como futuras (vingança por ataques anteriores, réplica a ataques presentes, medida de defesa diante de ataques futuros).
A ação social como toda ação pode ser: racional com relação a fins, racional com relação a valores, afetiva e tradicional.
Os paradigmas que alimentam o debate dentro das ciências sociais são diferenciados. Um dos clássicos que contribuíram para a construção de novo olhar sobre a realidade social foi Karl Marx, autor polêmico e que bastante influenciou a vida política e social do planeta no século XX.
O princípio de exploração no sistema capitalista está determinado no processo de produção da mercadoria, ali onde é retirada a mais valia do trabalhador. Há em Marx uma clara opção pela classe proletária que em sua ótica é a classe detentora do futuro, a quem caberia as grandes transformações sistêmicas.
Antes dos anos 60, falar em movimento social significava referir-se à suposta capacidade revolucionária do proletariado e acreditar em sua organização racional, isto é, sindicatos, partidos políticos de orientação socialista.
Se, antes, os movimentos sociais centravam sua atenção na esfera econômica e tinham no Estado um agente confiável, sobretudo a partir dos anos 70 os movimentos sociais explicitaram uma franca desconfiança do Estado contra o qual desenvolveram uma postura de hostilidade.
A categoria movimento social refere-se hoje a uma multiplicidade de formas de participação, pensadas em função da alteração da lógica capitalista, organizadas espontaneamente na esfera da cultura.
A Sociologia tem por vocação descrever, o mais fielmente possível, a sociedade e seu funcionamento.
A função crítica é em primeiro lugar encarnada por Marx, cuja obra constitui uma denúncia da ordem social. O trabalho de Pierre Bourdieu é inteiramente pensado como uma empresa de desvelamento, de desmistificação de uma ordem social dissimulada. Diferentes perspectivas de análise aparecem em função de condições históricas particulares e da conjunção de um conjunto de mudanças sociais: revolução tecnológica, expansão do capitalismo, urbanização, mudanças nos valores e nas crenças, democratização da sociedade etc. É esse o cenário do aparecimento e legitimação da Sociologia como campo científico.
Para Simmel, a vida social é um movimento pelo qual as relações entre os indivíduos não cessam de se remodelarem, apontando tendências contraditórias entre coesão e dispersão. O conceito chave aqui é o de ação recíproca.
O objeto de análise de Simmel não é nem o indivíduo nem a sociedade; todo seu interesse se focaliza na interação criativa desses dois polos extremos.
O fenômeno mais geral e característico da modernidade ocidental é para Simmel a separação entre as culturas subjetiva e objetiva. É essa cisão que dá conteúdo ao conceito de tragédia da cultura moderna.
Um dos aspectos fundamentais do conceito de classes é que estas não existem isoladas, mas somente como parte de um sistema de classes. Nesse sentido, uma classe social só pode existir em função de outra.
As relações fundamentais que se estabelecem entre as classes são relações de oposição e são elas que contribuem para as transformações das estruturas sociais.
As classes sociais em oposição são ao mesmo tempo classes complementares, porque integram o funcionamento do sistema, e classes antagônicas, porque são forças que conduzem à transformação radical do sistema.
Somente a luta proletária contém elementos de transformação do sistema em direção a uma sociedade, sem classes.
Na sociologia, é frequente opor duas abordagens para explicação de um fenômeno social. Para explicar a vitória do Partido dos Trabalhadores (PT) nas últimas eleições presidenciais, a abordagem compreensiva reconstrói os motivos e as razões que conduziram os eleitores a votarem no candidato vitorioso.
Profundas transformações sociais e econômicas sofridas pela sociedade brasileira no século passado chegou-se ao fim do século com o setor terciário sendo o principal foco do emprego formal, considerando o setor primário e o setor secundário e a consolidação da classe média urbana com elevado poder de influenciar a opinião pública é um dos principais fenômenos de mudança na estrutura de classe. O crescimento populacional do país, depois de ter alcançado elevadas taxas até os anos 70, decresceu sucessivamente e hoje está em níveis próximos ao observado em países ditos desenvolvidos.
No próprio cerne das mais diversas filosofias sociais, assim como nas teorias sociológicas de ontem e de hoje, o conceito de conflito ocupa quase sempre um lugar essencial. Evocando antinomias clássicas entre integração e ruptura, consenso e dissenso, estabilidade e mudança, pode-se considerar que a oposição entre conflito e ordem se inscreve no próprio fundamento do sistema social.
Considerando a teoria de Marx de uma sociedade primitiva harmoniosa que foi paulatinamente se transformando em uma sociedade baseada na exploração do homem pelo homem e analisando sua proposta de uma futura sociedade comunista, é correto afirmar que para ele o conflito é algo circunscrito na história. O processo de integração social é considerado desejável tanto para Marx como para Durkheim. O primeiro pressupõe a abolição da propriedade privada; o segundo, a implementação funcional da divisão do trabalho social.
Weber e Simmel são dois clássicos que recolocam a discussão sociológica sobre o conflito. A respeito dos argumentos por eles desenvolvidos, Weber atribui enorme importância à vontade, que é própria dos atores de impor seu poder específico, como simples indivíduos em rivalidade entre si na conquista de recursos tão distintos como o poder, a riqueza e o prestígio.
Para Simmel, longe de se revelar como patológico, o confronto entre os atores e não entre as estruturas funciona aqui como processo positivo da vida social, assegurando sozinho a unidade.
Os sociólogos utilizam o termo desvio para designar um conjunto heterogêneo de transgressões de condutas não aprovadas e de indivíduos marginais. Nesse contexto a noção de desvio pressupõe a existência de um universo normativo que irá nomear o que é justo e injusto, verdadeiro e falso, normal e patológico, bem e mal.
O fato de a urbanização ser acompanhada por diversas formas de desvios tornou-se praticamente um lugar comum da sociologia. Inúmeros estudos mostram que as grandes cidades apresentam setores chamados de áreas de desvio com elevado índice de criminalidade, toxicomanias, dependência econômica etc.
O desvio em sua acepção sociológica aproxima-se do desvio na acepção estatística de afastamento da tendência central de um grupo, com a diferença de que o que é sociologicamente desviante é necessariamente condenado. Em outras palavras, o desvio é uma diferença entendida negativamente.
A estratificação é universal e onipresente. Encontra-se tanto nas sociedades primitivas, aparentemente simples e homogêneas, como nos sistemas sociais mais diferenciados e mais heterogêneos. Com relação a corrente funcionalista considera que a desigualdade social constitui um meio inconscientemente elaborado por intermédio do qual a sociedade assegura o desempenho consciencioso dos lugares mais importantes pelos indivíduos mais qualificados.
Pareto considera que a elite governa em todas as sociedades, quaisquer que sejam o regime político ou as instituições econômicas. A desigualdade é possível porque um pequeno número governa as massas e portanto o fundamento da estratificação é o poder.
A consolidação da classe média urbana com elevado poder de influenciar a opinião pública é um dos principais fenômenos de mudança na estrutura de classe. O crescimento populacional do país, depois de ter alcançado elevadas taxas até os anos 70, decresceu sucessivamente e hoje está em níveis próximos ao observado em países ditos desenvolvidos.
Na sociedade contemporânea, a inserção da escola no contexto da modernidade implica, entre outros desafios, o exercício habitual da democracia como prática, o desenvolvimento de conteúdos relacionados à realidade cotidiana dos alunos e o envolvimento da comunidade em suas atividades.
A palavra anomia deriva do grego anomia, que significa sem lei e conota iniquidade, impiedade, injustiça e desordem. Durkheim se apropriou da palavra, dando-lhe mais uma vez conotação negativa, primeiro em Da Divisão do Trabalho Social (1893) e depois em O Suicídio (1897). Posteriormente Robert Merton, nos anos 30, e sociólogos americanos, nos anos 50 e 60, também fizeram uso do termo, aplicando-o à ação do agente individual, ou até mesmo a suas atitudes.
Na obra Da Divisão do Trabalho Social, de Durkheim, o termo anomia refere-se à ausência de regras que governem as relações entre as funções sociais, situação que pode ser detectada em crises industriais e comerciais e em conflitos entre trabalho e capital.
Com a escola americana, o termo anomia passou a significar traço de personalidade ou conjunto de atitudes, o que fez que se tornasse cada vez mais indeterminado e psicologizante, contribuindo para diversificar seu uso na sociologia.
O conceito de classes sociais é largamente discutido na sociologia desde os trabalhos clássicos de Karl Marx e Max Weber.
Karl Marx utiliza o termo burguesia para se referir aos proprietários dos meios de produção e o termo proletariado quando se refere aos proprietários da força de trabalho. Max Weber considera burguesia determinadas categorias de classes que se encontram em situações específicas em relação a interesses econômicos, o que faz dela uma classe heterogênea: grandes e pequenos burgueses, empresários e artesãos podem ser seus integrantes. O termo classe média refere-se a camadas urbanas de assalariados de renda média, que usualmente trabalham no comércio, na prestação de serviços ou na gestão das empresas.
No Brasil, hoje, o Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) é considerado um movimento classista.
Considerando que, entre as práticas políticas presentes no cotidiano latino-americano, a violência policial é tema polêmico, que pode ser analisado sob diferentes perspectivas, as forças policiais são instituições autorizadas a usar a força. Entretanto, há que se diferenciar entre uso da força e violência policial.
A violência e o abuso de autoridade cometidos por policiais contra cidadãos comuns traduzem desrespeito, por parte do Estado, a um dos fundamentos da ideia de cidadania, os direitos civis.
Desigualdade e pobreza no Brasil têm estreita relação. Desigualdade e riqueza também estão relacionadas, pois os ricos fazem parte do extremo superior da distribuição em que, na base, se encontram os pobres. Estudos apontam que a desigualdade no Brasil tem-se mantido estável ao longo do tempo, estando entre as maiores do mundo.
A sociedade brasileira é marcada por elevados níveis de pobreza, e a redução das desigualdades de renda é a principal alternativa para modificar esse quadro em favor de uma sociedade com mais justiça social. Constituem mecanismos clássicos de combate à pobreza e à desigualdade o controle do crescimento populacional, o aumento da riqueza nacional e as mudanças na distribuição dos recursos disponíveis. Esses mecanismos não são mutuamente excludentes. Ao longo da história recente do Brasil, o crescimento econômico vem sendo acompanhado por concentração da renda, o que não contribui para sanar as extremas desigualdades sociais.
Os padrões complexos de organização do homem em sociedade podem nos isolar de tal forma da interação imediata com o meio ambiente natural, que nos esquecemos de um fato fundamental: como seres vivos, somos dependentes de complexas correntes, ciclos e fluxos entre os organismos, bem como entre estes e o meio ambiente físico.
A ecologia é a ciência que estuda as inter-relações entre as espécies e as condições físico-químicas de toda a vida. Entre as espécies existentes, a humana é a que mais destrói a Terra, daí a importância em se estudar a cultura e a organização social para se entender a dinâmica dos ecossistemas.
Uma cadeia alimentar é uma forma de interdependência entre as espécies, na qual uma espécie se transforma em alimento para a outra.
Prática da pesquisa científica nas ciências sociais, em pesquisa social, a influência do senso comum e dos juízos de valor deve dar lugar à objetividade em relação aos fenômenos estudados. Na ciência, considerada em seu sentido mais amplo, os problemas de pesquisa são frequentemente ditados por uma teoria ou pelo interesse em testar seu nível de coerência. Em Sociologia, porém, as razões que levam a um trabalho de pesquisa podem ser a curiosidade do pesquisador sobre algum aspecto do mundo, o desejo de um cliente ou a exploração de dimensões não conhecidas dos fatos.
Instituições sociais são uma combinação de posições de status e estruturas, que buscam resolver problemas fundamentais dos homens, apoiadas em valores, crenças e padrões culturalmente mediados de organização social. A respeito de aspectos diversos das instituições sociais, a família e parentesco são instituições que organizam as relações em torno de laços do matrimônio e do sangue. As normas que as regulam orientam a conduta dos cidadãos com respeito a, entre outros, casamento, descendência, residência, autoridade e divisão de trabalho.
Religião é instituição que preenche necessidades espirituais por meio de práticas rituais que invocam forças sagradas e sobrenaturais na afirmação de certas crenças.
Diversidade cultural e étnica são temas que aparecem cada vez com mais frequência nos meios de comunicação. Estão, em geral, carregados de juízo de valor e de visões distorcidas de fenômenos sociológicos. A Raça e etnia são usadas como sinônimos na linguagem corrente. Porém, de fato, não o são, pois raça se aplica a diferenças biológicas, e etnia a diferenças comportamentais, culturais e organizacionais que nos permitem categorizar os membros de uma população como distintos.
Quando posições ocupadas por homens e mulheres implicam diferentes salários e relações assimétricas de poder e prestígio, pode-se dizer que existe um sistema de estratificação de gênero na sociedade.
Os tempos contemporâneos são conhecidos como a era da globalização. A sociedade atual é conhecida como sociedade da informação, uma sociedade em rede que se conecta e desconecta em qualquer momento e lugar, fenômeno que atinge a cultura e as relações de poder.
Na contemporaneidade, o progresso tecnológico nos meios de comunicação muda a concepção de tempo e espaço que predominou até meados dos anos 70 do século XX. A sociologia consolida-se como ciência nesse momento de grandes mudanças em razão da globalização, de modo similar ao que ocorreu no Iluminismo do século XIX, quando as mudanças induziram os intelectuais a explicarem os processos em curso.
Antes de indagar a respeito do método que convém ao estudo dos fatos sociais, é necessário saber que fatos podem ser assim chamados. Essa questão se impõe como necessária dada a imprecisão que se percebe na denominação de fato social. Empregam-na correntemente para designar quase todos os fenômenos que se passam no interior da sociedade, por pouco que apresentem, além de certa generalidade, de algum interesse social.
O mito do especialista estabelece que somente as pessoas tecnicamente qualificadas têm competência e conhecimento científico suficientes para atuarem nos mais diversos setores da vida humana. O mito do cientificismo exprime a ideia de que o único conhecimento que pode gerar explicações perfeitas para a realidade é o conhecimento científico.
Todos os bons espíritos repetem, desde Bacon, que somente são reais os conhecimentos que repousam sobre fatos observados. Ciência, logo, previsão, logo, ação. O positivismo, no Curso de filosofia positiva, Comte formula a teoria dos três estágios, segundo a qual o desenvolvimento do conhecimento humano divide-se em estado teológico ou religioso, estado metafísico e estado científico ou positivo. O estado positivo define-se pela subordinação da imaginação à argumentação e à observação. Comte estabeleceu as bases da sociologia, na época uma nova ciência — que ele chamaria de física social —, cuja preocupação é a explicação dos fenômenos sociais,
Durkheim afirma que o fato de o Estado permitir o funcionamento de outras escolas que não as suas não justifica que ele deva tornar-se estranho ao que nelas se venha passar. É dever do Estado fiscalizar todo o sistema de Educação. A educação, formal e informal, é elemento de integração do homem à sociedade.
Os sistemas de símbolos culturais compõem-se de linguagem, tecnologia, valores, crenças e normas, além dos repertórios de conhecimento. Os sistemas de símbolos constituem intermediação conveniente às situações inesperadas, instruindo os indivíduos sobre o que e sobre como fazer, pensar e perceber. Instruem os indivíduos sobre o modo de comunicação a ser estabelecido nos grupos.
Na Índia, onde os casos de meninos-lobo foram relativamente numerosos, descobriram-se, em 1920, duas crianças, Amala e Kamala, vivendo no meio de uma família de lobos. A primeira tinha um ano e meio e veio a morrer um ano mais tarde. Kamala, de oito anos de idade, viveu até 1929. Não tinham nada de humano e seu comportamento era semelhante ao de seus irmãos lobos. Caminhavam de quatro patas e eram incapazes de manter-se de pé. Só se alimentavam de carne crua ou podre, comiam e bebiam como os animais. Na instituição onde foram recolhidas, passavam os dias acabrunhadas e, durante as noites, eram ativas e ruidosas, procurando fugir e uivando como lobos. Nunca choraram ou riram. Kamala viveu durante oito anos, nesta instituição, humanizando-se lentamente. Necessitou de seis anos para aprender a andar e, pouco antes de morrer, tinha um vocabulário composto de 50 palavras. Atitudes afetivas foram aparecendo aos poucos.
A ação instintiva é regida por leis biológicas, idênticas na espécie e invariáveis nos indivíduos da mesma espécie. A ação humana distingue-se da ação animal por haver consciência de finalidade, ou seja, existe antes, como possibilidade, e sua execução é resultante da escolha dos meios necessários ao atingimento dos fins propostos.
Uma das características da linguagem humana, como elemento cultural, é o seu caráter simbólico. As culturas humanas promovem a atualização e a repetição amparadas na tradição e no aprendizado.
Os luditas é como passaram a ser conhecidos os participantes de um movimento popular que surgiu na Grã-Bretanha, entre 1811 e 1818, dedicado à destruição das máquinas e a protestos contra a tecnologia. Liderados pelos homens de maus desígnios, os esquadrões luditas vagavam de um distrito para outro, demolindo tudo que encontravam, apavorando os donos de fábricas. A palavra ludita passou a ser associada a todo aquele que tem medo de tecnologia.
A Revolução Industrial é a denominação de um período da história humana em que o conjunto de invenções e inovações relacionadas permitiu alcançar-se uma enorme aceleração da produção de bens, assegurando um crescimento independente da agricultura. A Revolução Industrial foi marcada pela substituição dos utensílios manuais por máquinas e da força humana por energia derivada do vapor e da eletricidade. A grande indústria gerou o surgimento de um mercado mundial que acelerou o desenvolvimento do comércio, da navegação e dos meios de transporte por terra, o que, em contrapartida, influenciou a expansão industrial.
Uma das marcas indeléveis da Revolução Industrial foi a ocorrência de um grande fluxo migratório rural e a consequente concentração humana nas cidades. A expansão da Revolução Industrial pela Europa consolida a nova sociedade capitalista baseada na indústria e na livre concorrência e na Inglaterra, o rápido processo de urbanização contribuiu para a criação de novos valores éticos e sociais. A deterioração das condições de vida nas cidades contribuiu para a ampliação dos problemas sociais e de surtos de violência, doenças infectocontagiosas e prostituição.
Emile Durkheim é considerado o criador da sociologia como ciência independente das demais ciências sociais. A primeira grande contribuição de Durkheim à sociologia moderna foi a definição do método sociológico que estabelece regras a serem seguidas no estudo dos problemas da sociedade.
Durkheim acreditava que toda sociedade, assim como um organismo natural, por encontrar-se em contínuo processo de adaptação, apresenta estados de normalidade e de patologia.
Weber e Marx enxergam o capitalismo de formas diferentes. O primeiro o vê como uma organização econômica, racional, assentada no trabalho livre; o segundo o enxerga como uma forma de exploração do trabalho humano.
Weber aponta, com o método compreensivo, para o fato de que todo cientista trabalha com informações fragmentadas e parciais da realidade, devendo, então, realizar um esforço de interpretação do passado e de sua repercussão nas características peculiares das sociedades contemporâneas. Ao contrário do positivismo, que prenuncia a crença em uma evolução integral e universal do homem, Weber afirma que ao cientista cabe a captação do sentido das ações sociais em suas diversas instâncias políticas, econômicas e religiosas.
O homem ocidental civilizado vive em um mundo que gira de acordo com os símbolos mecânicos e matemáticos das horas marcadas pelo relógio. É ele que vai determinar seus movimentos e dificultar suas ações. O relógio modificou o tempo, transformando um processo natural em uma mercadoria que pode ser comprada, vendida e medida como um sabonete ou um punhado de uvas-passas. Se não houvesse um meio para marcar as horas com exatidão, o capitalismo industrial nunca poderia terse desenvolvido, nem teria continuado a explorar os trabalhadores. O relógio representa um elemento de ditadura mecânica na vida do homem moderno, mais poderoso que qualquer outro explorador isolado ou do que qualquer outra máquina. E o operário transforma-se num especialista em olhar o relógio, preocupado apenas em saber quando poderá escapar para gozar suas escassas e monótonas formas de lazer que a sociedade industrial lhe proporciona; onde ele, para matar o tempo, programará tantas atividades mecânicas com tempo marcado, ir ao cinema, ouvir rádio e ler jornais, quanto permitirem o seu salário e cansaço.
As contribuições de Karl Marx à Sociologia, aponta três esferas de alienação do trabalho humano: a da produção, que separa o homem do meio de produzir e do resultado de seu trabalho; a política, que o separa de seu direito de ação, com a ideia da democracia representativa; e a filosófica, que distingue as atividades de pensar, intelectuais, das de fazer, laborais.
A diferença entre o valor do trabalho humano, o salário, e o que este rende ao capitalista é o que Marx denomina mais valia da produção, que pode ser dividida em mais-valia absoluta, resultado do aumento do trabalho humano, e mais valia relativa, decorrente da aplicação de tecnologia à produção.
Marx afirma que o Estado não supera as contradições existentes no seio da sociedade civil, pois ele é o reflexo dessas contradições, e sua função, como instrumento da burguesia capitalista, é perpetuá-las.
O mundo do animal é um mundo sem conceito. Nele, nenhuma palavra existe para fixar o fluxo dos fenômenos, a mesma espécie na variação dos exemplos, a mesma coisa na diversidade das situações. Mesmo que a recognição seja possível, a identificação está limitada ao que foi predeterminado de maneira vital. No fluxo, nada se acha que se possa determinar como permanente e, no entanto, permanece idêntico, porque não há nenhum saber sólido acerca do que foi fechado em si mesmo e, no entanto, abandonado; a cada momento surge uma nova compulsão, nenhuma ideia a transcende. A transformação das pessoas em animais como castigo é um tema constante dos contos infantis de todas as nações. Estar encantado no corpo de um animal equivale a uma condenação. Para as crianças e os diferentes povos, a ideia de semelhantes metamorfoses é imediatamente compreensível e familiar. Também a transmigração das almas, nas mais antigas culturas, considera a figura animal como castigo e tormento. O conto infantil exprime o pressentimento das pessoas.
Ao estimular a elaboração do pensamento abstrato, a Sociologia ajuda a promover a passagem do mundo infantil, marcado pelo egocentrismo, ao mundo adulto, que reconhece, na sociedade, a presença de outras consciências. O aprendizado da Sociologia oferece as condições teórico-práticas necessárias ao desenvolvimento da consciência social crítica, por meio da qual a experiência vivida socialmente é transformada em experiência compreendida. A inteligência animal pode ser caracterizada como concreta por estar baseada na experiência de vida momentânea. A Sociologia, ao lidar com a regularidade dos fatos sociais, torna possível a previsão dos rumos futuros de uma sociedade, abrindo, por conseguinte, espaço para intervenção consciente nos processos de interesse social. A construção do conhecimento sociológico e a utilização dos métodos e das técnicas de pesquisa social contribui para a confiabilidade da Sociologia como ciência que estuda e prevê os fenômenos sociais.
Um fenômeno é definido como sociológico quando o sociólogo se debruça sobre ele, tenta entendê-lo no que diz respeito às relações entre os indivíduos e às influências sociais de seu comportamento. Atualmente, uma das principais exigências do processo ensino-aprendizagem da Sociologia é promover uma revisão de conceitos e interpretações acerca dos mecanismos de funcionamento das sociedades capitalistas do século XXI. Uma das principais mudanças introduzidas pela reestruturação do capitalismo, em fins do século XX, foi a substituição do estudo de valores fundamentais ao sistema — trabalho e conflito de classes — por valores novos, como lazer e consumo.
A Sociologia Técnica define-se pelo pragmatismo e pela utilização de instrumentos quantitativos de grande objetividade, sem desenvolver esforço interpretativo que extrapole as relações causais ou funcionais imediatas.
A lógica da suspeita sistemática dirige à população pobre e estigmatizada a maioria de esforços investigativos e práticas policiais de repressão e punição.
As instituições sociais são tipos de padrões de ação em cada sociedade que as pessoas consideram importantes para resolver problemas sociais contínuos. Elas são as trilhas mais importantes que existem na sociedade, as várias maneiras como, historicamente, decidimos fazer as coisas (...) são padrões que influenciam os indivíduos em sociedade (...) Contudo, elas mudam com o passar do tempo, e precisam mudar quando já não lidam adequadamente com os problemas da sociedade.
As cinco instituições sociais básicas são família, educação, religião, economia e política. Essas instituições possuem funções e responsabilidades que são atribuídas e reconhecidas pela sociedade da qual fazem parte. Julgue os itens a seguir, acerca das funções dessas instituições. A instituição família tem por função regular as relações sexuais e situar os indivíduos na estrutura social, socializar os jovens. As instituições econômicas têm por função produzir e distribuir bens, incentivar o trabalho, o consumo de bens e serviços. As instituições judiciais e políticas têm por função manter a paz entre os atores, proteger a propriedade e decidir disputas.
O modo de ver o mundo, as apreciações de ordem moral e valorativa, os diferentes comportamentos sociais e mesmo as posturas corporais são produtos de uma herança cultural, ou seja, o resultado da operação de determinada cultura. Ruth Benedict escreveu que “a cultura é como uma lente através da qual o homem vê o mundo. Homens de culturas diferentes usam lentes diversas e, portanto, têm visões desencontradas das coisas”.
O termo cultura tem diversas acepções. No sentido antropológico, designa as maneiras de fazer, sentir e pensar próprias de uma coletividade humana. Essa noção é construída por oposição à natureza: pertence à cultura tudo aquilo que é adquirido e transmitido (por oposição ao inato), tudo aquilo que faz dos homens seres criadores de suas próprias condições de existência. Cultura tem, para o senso comum, o significado de um acúmulo de conhecimentos, isto é, designa conhecimentos científicos, artísticos, literários de um indivíduo e, nesse sentido, opõe o indivíduo culto ao indivíduo inculto. Segundo Clifford Geertz, cultura não é simplesmente um referente que marca uma hierarquia de civilização, mas a maneira de viver de um grupo, sociedade, país ou pessoa; é um código por meio do qual as pessoas de determinado grupo pensam, classificam, estudam e modificam o mundo e a si mesmas.
Entre os clássicos fundadores da sociologia, Émile Durkheim e Max Weber são particularmente importantes. Durkheim, devido ao esforço de explicitamente reivindicar para a nova disciplina o status de uma ciência empírica dos fenômenos sociais; e Weber, entre outros aspectos, por introduzir o método interpretativo. Weber não foi o inventor de tal método, nem mesmo da distinção entre explicar e compreender. O seu mérito foi o de ter desenvolvido esse método conceitualmente com maior rigor, aplicando a sociologia. Quanto aos esforços de Durkheim e Weber, no que diz respeito à delimitação do objeto específico da sociologia, Durkheim define fato social como as maneiras de agir e pensar que estão fora das consciências individuais; assinala que as correntes sociais tais como reunião, piedade, indignação, multidão e linchamento podem ser considerados como tipos de fato social.
Para Weber, a sociologia é uma ciência que procura compreender a ação social, interpretando-a e, dessa forma, no seu desenrolar e nos seus efeitos, explicá-la causalmente.
Em sua acepção mais ampla, o termo positivismo serve para designar toda teoria filosófica ou científica que reivindica para si o puro e simples conhecimento dos fatos ou que pretende apoiar-se em certezas do tipo experimental. Positivismo e comtismo não podem, assim, ser confundidos, ainda que as duas doutrinas estejam evidentemente ligadas.
Charles-Henri Cuin e François Gresle. As múltiplas facetas do positivismo e do cientificismo. In: História da Sociologia. São Paulo: Editora Ensaio, 1994, p. 31.
Acerca do positivismo, Comte foi o representante mais divulgado da corrente positivista, sobretudo pelo seu empenho em combater a sociedade pós-revolucionária na França, que ele identificava sob o rótulo de anarquia e, mediante isso, propunha a restauração da ordem como necessidade irremediável para a obtenção do desenvolvimento social.
O positivismo teve influência fundamental nos eventos que levaram à Proclamação da República no Brasil, destacando-se o Coronel Benjamin Constant. A conformação atual da bandeira do Brasil é um reflexo dessa influência na política nacional. Uma abordagem positivista na sociologia defende a ideia de que o conhecimento objetivo pode ser produzido por meio da observação, da comparação e da experimentação.
Acerca das contribuições teórico metodológicas de Durkheim e Weber, na perspectiva weberiana, a pesquisa histórica é essencial para a compreensão das sociedades e deve basear-se na coleta de documentos e no esforço interpretativo das fontes. Desse modo, a pesquisa permite o entendimento das diferenças sociais que seriam, de acordo com Weber, de gênese e formação e, não, de estágios de evolução. Na perspectiva weberiana, o conhecimento da sociedade é particular em vários sentidos; é particular porque é uma perspectiva do pesquisador, bem como no seu instrumental conceitual — tipo ideal.
Para Durkheim, a sociologia baseava-se no principio fundamental da realidade objetiva dos fatos sociais. Para ser científica, a sociologia deve, acima de tudo, ter um objeto próprio, uma realidade que não esteja no domínio das outras ciências. O conceito de tipo ideal, segundo Weber, não tem conotação valorativa, refere-se apenas a ideias. O tipo ideal é um conceito específico de uma ciência do particular. Portanto, não existe um tipo ideal sobre coisa alguma, mas sim tantos tipos ideais quanto pontos de vista particulares existirem.
Sociedade é um sistema de relações sociais estruturadas que
une as pessoas de acordo com uma cultura comum.
Ideologia são ideias ou convicções compartilhadas que servem para justificar interesses de grupos dominantes. Esse conceito está intimamente ligado ao de poder, uma vez que os sistemas ideológicos servem para legitimar o poder diferencial exercido pelos grupos. O conceito de poder para Weber é, do ponto de vista sociológico, um conceito amorfo pois, significa a probabilidade de impor a própria vontade dentro de uma relação social, mesmo contra toda resistência e qualquer que seja o fundamento dessa probabilidade. Carisma, tal como Weber definiu em sua sociologia da religião, indica uma qualidade extraordinária de que podem ser dotados pessoas ou objetos e que lhe confere uma virtude única, mágica.
O funcionalismo sustenta que a sociedade é um sistema complexo cujas diversas partes trabalham conjuntamente para produzir estabilidade e solidariedade. De acordo com essa abordagem, a sociologia deveria investigar a relação das partes da sociedade umas com as outras e com a sociedade como um todo. Estudar a função de uma prática ou instituição social é analisar a contribuição que essa prática ou instituição dá para a continuação da sociedade. Com frequência, os funcionalistas, incluindo Durkheim, usaram uma analogia orgânica para comparar a operação da sociedade àquela de um organismo vivo.
O funcionalismo enfatiza a importância do consenso moral para se manter a ordem e a estabilidade da sociedade. O consenso moral existe quando a maioria das pessoas na sociedade compartilha os mesmos valores. A Escola de Frankfurt se associa diretamente à chamada teoria crítica da sociedade. É correto afirmar que temas tais como, a dialética da razão iluminista e a crítica da ciência, a dupla face da cultura e a discussão da indústria cultural, e a questão do Estado e suas formas de legitimação estiveram presentes nos estudos dos integrantes da Escola de Frankfurt. A teoria crítica visa oferecer um comportamento crítico nos confrontos com a ciência e a cultura, apresentando uma proposta política de reorganização da sociedade de modo a superar o que eles chamavam de crise da razão. Eles entendiam que a razão era o elemento de conformidade e de manutenção do status quo, propondo, então, uma reflexão sobre esta racionalidade. A teoria crítica da Escola de Frankfurt dedicou-se, entre outros temas, aos estudos e pesquisas que criticavam a cultura de massa.
Para Durkheim, a educação era uma instituição fundamental para a ordem social. A sua preocupação em relação à educação estava diretamente ligada ao estudo da moral por ser o melhor meio para a socialização dos indivíduos, para as regras fundamentais da sociedade.
Para Durkheim, a educação era uma instituição fundamental para a ordem social. A sua preocupação em relação à educação estava diretamente ligada ao estudo da moral por ser o melhor meio para a socialização dos indivíduos, para as regras fundamentais da sociedade.
No contexto brasileiro, a educação como objeto de investigação sociológica foi analisada a partir de uma perspectiva que buscava enfatizar a sua importância social mediante, por exemplo, a compreensão dos seus aspectos político-institucional, as suas reformas, os diferentes papéis que a sociedade atribui e a espera da educação em seus diversos níveis. Destaca-se que a relação entre educação e desenvolvimento tem sido uma temática de grande importância seja na educação, na economia ou na sociologia, os vínculos e interações entre educação e desenvolvimento aparecem sob as mais diversas formas.
Alcançada a independência política, em 1822, a ex-colônia precisava firmar-se como nação independente, o que requereria, na dimensão simbólica, a criação de uma identidade nacional. A principal questão para os intelectuais brasileiros da denominada geração de 1870 era a construção identidade nacional.
A obra Casa Grande & Senzala, de Gilberto Freyre, enfatiza os elementos culturais na análise do comportamento dos diferentes grupos raciais e étnicos no Brasil. Sérgio Buarque de Hollanda iniciou sua produção intelectual voltado para a crítica literária e para a crítica cultural. Utilizou o instrumental tipológico de Weber na análise histórica e social do Brasil na obra Raízes do Brasil.
A sociologia é o estudo da vida social humana, dos grupos e das sociedades. É um empreendimento fascinante e irresistível, já que seu objeto de estudo é o próprio comportamento como seres sociais. A abrangência do estudo sociológico é extremamente vasta, incluindo desde a análise de encontros ocasionais entre indivíduos na rua até a investigação de processos sociais básicos.
Tendo em vista a abrangência dos estudos sociológicos, estrutura social refere-se aos padrões relativamente estáveis e duradouros em que estão organizadas as relações sociais. As interações sociais são a base da organização e da estrutura social. Quando as interações entre os indivíduos, grupos e instituições adquirem certa estabilidade e permanecem durante um tempo relativamente longo, tem-se a estrutura social. O termo instituição é frequentemente aplicado a uma organização para lhe conferir importância, permanência, legitimidade e inevitabilidade aos olhos dos outros. As instituições são, normalmente, defendidas pela cultura humana, e justificativas de todo tipo são criadas para explicar a razão de sua existência. Noutras palavras, as instituições representam os modos estabelecidos, tradicionais, habituais, legítimos, a forma como uma sociedade funciona e resolve seus problemas contínuos.
Marxismo é uma doutrina filosófica, econômica, política e social formulada pelos filósofos alemães Karl Marx e Friedrich Engels. Para Marx, as mudanças mais importantes estavam estreitamente relacionadas ao capitalismo. O capitalismo foi por ele concebido como um sistema de produção que contrasta radicalmente com os sistemas anteriores, já que envolve a produção de mercadorias e de serviços vendidos a uma ampla faixa de consumidores.
Os movimentos sociais são caracterizados de várias maneiras, no entanto, alguns autores que destacam a relação dos movimentos sociais com a sociedade, assinalam: o movimento conservador é aquele que tenta preservar a sociedade de mudanças; o movimento reformista é aquele que procura modificar alguns aspectos da sociedade sem transformá-la completamente; e o movimento revolucionário é aquele que pretende modificar radicalmente a estrutura social.
BIBLIOGRAFIA:
Émile Durkheim. As regras do método sociológico. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1985, p. 1 (com adaptações).
Comte, A. Curso de Filosofia Positiva
B. Reymond. Le developpement social de l’enfante de l’adolescent. Bruxelas: Dessart, 1965. In: M. L. A. Aranha e M. H. P. F. Martins. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2000. (com adaptações).
V. Schilling. O ludismo: A rebelião contra o futuro. In: R. Dias. Introdução à sociologia. São Paulo: Pearson & Prentice Hall, 2005 (com adaptações).
G. Woodcock. A rejeição da política. In: Os grandes escritos anarquistas (com adaptações).
T. Adorno e M. Horkheimer. Dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro: Zahar, 1986 (com adaptações).
Joel Charon. Sociologia. São Paulo: Saraiva, 2000, p. 127 (com adaptações)
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