BARROCO BRASILEIRO

 O historiador não cria personagens nem fatos. No máximo, os descobre, fazendo-os sair da sua invisibilidade. Tal descoberta se dá de várias formas: um registro escrito, pinturas, fotografias etc. 

As diversas teorias alavancadas pelo historiador também permitem que exista um trânsito entre os acontecimentos, os espaços e os recortes históricos, pois o historiador não tem certeza absoluta de reconstruir um fato na tal temporalidade já escoada, irremediavelmente perdida e não-recuperável, do acontecido.

Historiadores podem, de vários modos, reconstruir o recorte histórico. Para isso, munem-se de várias ferramentas e procedimentos. Os historiadores também mediatizam mundos, conectando escrita e leitura e dando sentido aos fatos.

O historiador precisa lançar olhares diversificados para os sujeitos do processo historiográfico. A título de exemplo, tem-se o caso do negro, recuperado como ator e agente da história desde algumas décadas, embora sempre tenha estado presente. Apenas não era visto ou considerado, tal como as mulheres ou outras tantas ditas minorias. 


O Barroco apareceu no Brasil quando já se haviam passado cerca de cem anos de presença colonizadora no território; a população já se multiplicava nas primeiras vilas e alguma cultura autóctone já lançara sementes. 

 A obra de Aleijadinho mistura diversos estilos do barroco. Em suas esculturas, estão presentes características do rococó e dos estilos clássico e gótico. Ele utilizou como material de suas obras de arte, principalmente a pedra-sabão, matéria-prima brasileira. A madeira também foi utilizada pelo artista. A riqueza de detalhes, como as dobras dos tecidos e os arranjos dos cabelos apresentadas na imagem, são marcas singulares de sua sensibilidade. 

 É reconhecido entre os especialistas o fato de que a produção artística deixada por Aleijadinho é considerável. Sua contribuição para a formação do patrimônio artístico brasileiro é imensurável. Graças ao trabalho de historiadores e especialistas em artes visuais, seu acervo foi catalogado e autenticado por vários documentos. 

 É fato que durante um período de mais de vinte anos, Aleijadinho foi requisitado sucessivamente pela maioria das vilas coloniais minerais que passaram a requisitar ou até disputar o trabalho do artista, cuja vida transformara-se em uma verdadeira roda-viva, sendo às vezes, obrigado a trabalhar em obras de duas ou mais cidades diferentes.

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