considerando as transformações ocorridas na produção historiográfica do século XIX ao presente
A relação entre os historiadores e as fontes documentais, mais especificamente as que se encontram em arquivos, não foi sempre a mesma, como nos mostram importantes e divulgados trabalhos de historiografia. Dos que viam nos documentos fontes de verdade, testemunhos neutros do passado, aos que analisam seus discursos, reconhecem seus vieses, desconstroem seu conteúdo, contextualizam suas visões, muito se passou.
A denominada História Nova afasta-se dos paradigmas vigentes no século XIX, entre outras razões, por revolucionar a concepção de documento histórico e, consequentemente, o modo de entender a crítica documental.
O ofício do historiador requer, prioritariamente, ao se proceder à pesquisa documental, a preocupação de contextualizar o documento, isto é, de entender o texto no contexto de sua época, o que pressupõe, entre outras exigências, compreender o significado das palavras e das expressões.
Não são raras as situações em que os documentos são manipulados, quando não efetivamente falsificados, em face de interesses em jogo em determinado momento histórico. Como exemplo dessa prática pode ser citado, na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas de Stálin, o apagamento, em fotografias oficiais, da imagem de alguém que caíra em desgraça.
Carlos Bacellar. Uso e mau uso dos arquivos. In: Carla Bassanezi Pinsky (Org.). Fontes históricas. São Paulo: Contexto, 2005, p. 25 (com adaptações).
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