As transformações da paisagem - Geografia

 AS TRANSFORMAÇÕES DA PAISAGEM 

As paisagens são dinâmicas, estão em constante transformação pela ação da natureza e do ser humano. A ação da natureza na modificação das paisagens pode ser lenta, como o desgaste de uma rocha pela ação das águas ou do vento, ou rápida, como uma erupção vulcânica. Os seres humanos também transformam as paisagens. Podem criar um campo de cultivo, abrir ou asfaltar uma rua, construir ou derrubar casas e edifícios. As transformações estão relacionadas ao desenvolvimento tecnológico das sociedades e ocorrem em diferentes graus de intensidade. Nas paisagens ficam registrados a história e o modo de vida das sociedades que vivem ou viveram em determinados locais. As construções que observamos nos centros históricos de algumas cidades, erguidas em diferentes épocas, comprovam que os elementos do passado e do presente convivem em uma mesma paisagem.

Impactos das intervenções humanas

 As intervenções humanas podem modificar a paisagem, degradando o meio ambiente ou recuperando-o de impactos causados por fenômenos naturais ou pelo próprio ser humano. O desmatamento, por exemplo, pode fazer com que os animais que vivem na região impactada tenham de buscar alimento em outras áreas nem sempre o encontrando. Assim, há o risco de espécies animais e vegetais desaparecerem antes mesmo de serem conhecidas ou estudadas. Com a retirada da vegetação, o solo também fica mais exposto à ação das águas e do vento. As enxurradas, por exemplo, além de retirar nutrientes do solo, carregam detritos (fragmentos de rochas, solo) que preenchem o leito dos rios (assoreamento), causando o transbordamento de suas águas — as inundações.  Para realizar atividades agrícolas, os seres humanos exploram o solo de extensas áreas do nosso planeta; a vegetação original é derrubada para uma lavoura ser plantada em seu lugar.

 Além disso, o solo pode perder sua fertilidade. Produtos químicos (fertilizantes e agrotóxicos) usados incorretamente podem infiltrar-se no solo e contaminar lençóis de água subterrânea. Podem também chegar aos rios, contaminando a água usada para abastecer populações humanas ou os locais de reprodução de peixes. Outras atividades de exploração do solo que causam grande impacto no ambiente são a criação extensiva de gado e a extração de recursos minerais. O represamento de rios para gerar energia elétrica ou irrigar plantações e a mudança dos cursos de água para favorecer a ocupação humana são outros exemplos de intervenção antrópica nas paisagens. Além disso, resíduos lançados por indústrias e empresas mineradoras, assim como esgoto e lixo domésticos, podem poluir as águas da superfície e do subsolo terrestre.

 As paisagens naturais preservadas 

Paisagens predominantemente naturais ou que sofreram pequenas intervenções humanas precisam ser preservadas. Isso é importante porque: - muitas apresentam espécies vegetais e animais em risco de extinção; - são fontes de pesquisas científicas; - algumas espécies vegetais podem ser empregadas pela medicina para cura de doenças; - apresentam interesse para o desenvolvimento do turismo; - nelas há comunidades humanas que vivem de maneira tradicional, alterando pouco o ambiente, e devem ter sua cultura preservada. 

É o caso das comunidades ribeirinhas do rio Amazonas. Essas paisagens podem estar em áreas particulares, cujos uso e proteção são responsabilidade do proprietário, ou em terras do Estado, que deve assegurar a conservação e a preservação desses locais, restringindo sua utilização. Para que as paisagens sejam preservadas, cabe ao Estado elaborar leis de proteção ambiental, bem como estabelecer mecanismos de fiscalização e controle das áreas naturais protegidas. As áreas naturais protegidas são superfícies de terra ou mar dedicadas à proteção e à manutenção da diversidade da flora e da fauna, assim como da população e da cultura locais. São as chamadas unidades de conservação. Elas podem ser divididas em dois grupos: - unidades de uso sustentável, cujo objetivo principal é combinar a conservação da natureza e o uso sustentável de parte de seus recursos; - unidades de proteção integral, cujo objetivo principal é preservar a natureza, sendo proibida a exploração de seus recursos.


 Fonte: DELLORE, Cesar Brumini (ed.). ARARIBÁ MAIS GEOGRAFIA. São Paulo: Editora Moderna, 2018. 240 p

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